"Vontade de falar um palavrão... pombas!"

Fazendo uma sátira com a famosa fala do ator Luis Miranda, meio que satirizando o seu personagem Sheila do famoso grupo de comédia "Terça Insana", vamos falar sobre as pombas em Londrina.

Ontem, o secretário de meio ambiente, José Faraco, disse que o Ibama está enrolando Londrina para liberar as licenças para o abate das pombas. Qual o problema, pombas? Alguns as chamam de "ratos com asas" das cidades, outros as chamam de símbolo da paz. Afinal, que mal ela tráz na nossa convivência urbana?

1. Saúde pública: as fezes das pombas possuem o fungo Cryptococcus neoformans, que originam no nome da doença criptococose. Este fungo também pode ser encontrado em outros meios, como frutas secas, madeiras e até no solo mesmo. E nem todas as fezes de pombas possuem este fungo porque algumas pombas possuem o sistema imunológico forte o bastante para combatê-lo. Porém, considerando a enorme quantidade de pombos na cidade, temos um grande disseminador desta doença em potencial aqui. Já há relatos de 2 pessoas na cidade que faleceram desta doença e tinham como costume passar pelo Bosque.

2. Patrimônio histórico: acredito que muita gente aqui já comprovou o estrago causado pelas fezes das pombas na pintura de seus carros. Pois é, as fezes das pombas possuem uma elevada acidez, nada perigoso ao primeiro contato, mas a longo tempo causam danos irreversíveis. Em Roma, na Itália, eles possuem uma equipe só para espantar os pássaros estorninhos, que invadem a capital italiana no outono (semelhante ao que acontece na primavera em Apucarana com as andorinhas, aqui pertinho). Esta equipe utiliza carros com alto falantes que emitem um som semelhante ao de um estorninho sofrendo e parece funcionar. Porém, o problema romano é maior, a cidade possui edificações milenares e já fragilizadas pela ação do tempo. A acidez das fezes dos pássaros acelera esse processo de degradação. Sei que não são pombas, mas no que diz respeito a acidez das fezes pode-se traçar o mesmo paralelo.

3. Meio ambiente: sim, elas também trazem mal ao meio ambiente! A Prefeitura de Londrina diz que lava todos os dias o Calçadão, o Bosque e algumas ruas do Centro por causa das fezes das pombas. Logo, toda essa água SU-JA vai para as galerias pluviais e, assim, como toda galeria pluvial, esta água SU-JA vai para fundos de vale e até para o nosso querido cartão postal, o Lago Igapó. Afinal, boa parte do Centro está na bacia do ribeirão Cambezinho.

4. Estética: não é nada agradável você ver um chão todo ca-ga-do, né? Muito menos levar uma ca-ga-da de pombo na cabeça. Ou ter o seu carro recém lavado todo ca-ga-do!

Pombos no Calçadão de Londrina (cadê o piso?)

Esses são alguns males, se tiver mais algum, por favor, acrescente nos comentários. Agora, vamos falar dos benefícios, há algum?

1. Insetos: elas controlam a proliferação de insetos, como mariposas e baratas, no Bosque e nas praças centrais.

2. Criminalidade: digamos que ajudam a controlar isso também, afinal, quem iria se esconder no Bosque para ser todo ca-ga-do!? Apesar de que há relatos na cidade de que algumas das pombas mutantes do Terminal Central cometeram assaltos em plena luz do dia! #fail

3. Lazer: elas são responsáveis pelo maior entretenimento de todo bom velhinho da cidade! E pelos vendedores de pipoca também! Lembrando que alimentar pombos é proibido por Lei aprovada ano passado na cidade! #ficaadica

4. Status social: "as pombas são riiicas!" - satirizando a personagem Norma, da atriz Carolina Ferraz em "Beleza Pura". Afinal, elas moram no Centro e se recusam a ir morar nos mais de 50 fundos de vale da cidade porque o Centro é puro glamour e riqueza (sic) - já diziam alguns políticos da cidade...

Enfim, voltando a falar sério, o último levantamento da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) é de que temos algo em torno de 200 mil pombos na cidade, divididos entre algumas espécies, a proposta da Sema é abater 50 mil. A polêmica é tanta que o fato já foi noticiado em vários jornais e telejornais nacionais. Apesar dessa demora na aprovação do abate pelo Ibama, Londrina está sendo vanguarda neste assunto no país e várias cidades que sofrem do mesmo problema estão observando a nossa experiência no controle da população das pombas. Resta-nos observar também...

Foto de autor desconhecido.