Londrina finalmente conta com corredores de ônibus. Há 2, por enquanto, na cidade. Um foi implantado há alguns meses atrás e o outro ontem. O primeiro fica na r. João Cândido e o segundo na r. Duque de Caxias, eles cruzam todo o Centro da cidade. Como todo obra urbanística, houve polêmicas... as pessoas precisam entender que há um bem maior por trás quando se vive em uma sociedade, não podem ficar olhando apenas para o próprio umbigo.
Antes de falar das polêmicas, preciso contextualizar o leitor... para instalar os corredores, a Prefeitura teve que adaptar as vias da seguinte forma: atualmente, a caixa de rodagem, ou leito carroçável, das ruas no Centro de Londrina é de 9m, sendo 2m de faixa de estacionamento em um dos lados da via e os outros 7m divididos igualitariamente em 2 faixas de rodagem. Assim, eliminou-se a faixa de estacionamento e dividiu a via em 3 faixas de rodagem, sendo cada uma delas com 3m de largura. Percebeu a polêmica, né? Comentarei mais sobre o caso da r. João Cândido porque foi o primeiro implantado...
Os comerciantes ficaram com os cabelos em pé porque perderam as vagas de estacionamento na rua! Oras, mas a Prefeitura não exige que os comerciantes tenham vagas de estacionamento em seus lotes ou que façam convênio com estacionamentos privados não distantes mais que 100m? Isso é exigência da Secretaria de Fazenda para expedição do alvará de funcionamento. Ou seja, andaram fazendo vista grossa por aí... Mas nem entrarei nesse mérito porque daria outro post enorme...
Corredor de ônibus da r. João Cândido, pode chamar também de faixa exclusiva para ônibus, foto de Auber Silva
Os comerciantes ficaram com os cabelos em pé porque perderam as vagas de estacionamento na rua! Oras, mas a Prefeitura não exige que os comerciantes tenham vagas de estacionamento em seus lotes ou que façam convênio com estacionamentos privados não distantes mais que 100m? Isso é exigência da Secretaria de Fazenda para expedição do alvará de funcionamento. Ou seja, andaram fazendo vista grossa por aí... Mas nem entrarei nesse mérito porque daria outro post enorme...
Outra queixa constante entre as pessoas é que, como a rua ganhou fluidez com o aumento de uma faixa de rodagem, os carros estão aumentando demais a velocidade. Embora isso seja ruim para os pedestres, segundo dados da CMTU, os ônibus que utilizam o corredor da r. João Cândido estão economizando 10 minutos no percurso deles. E mesmo o motorista comum percebe que o trânsito está fluindo melhor - eu mesmo evitava passar por ali no horário de pico, mas agora sempre utilizo quando preciso cruzar o Centro. Recentemente, publicaram no JL uma carta de um leitor que sugeriu que a Prefeitura fizesse floreiras ao longo dessas ruas, a pessoa sugeriu isso para melhorar o aspecto árido que essas vias ficaram após a retirada das vagas de estacionamento e, principalmente, porque funcionariam também como barreiras de segurança para os pedestres.
E outro ponto polêmico: NÃO pode mais fazer conversão à direita da r. João Cândido para a r. Benjamin Constant! Há várias placas sinalizando ali... Tal medida é para não gerar congestionamentos de veículos comuns logo na entrada do Terminal Central. Mas centenas de motoristas já foram multados... faltou mais campanha e tempo de adaptação... #fail
Ah, o corredor de ônibus da r. João Cândido é manco... no trecho da quadra do Calçadão, o corredor é interrompido porque as calçadas nas imediações do Calçadão são mais largas. Mais uma vez... Que tal fazer direito a coisa, NÉ? #fail
Outra sugestão importante é que ônibus são veículos pesados e asfalto é matéria deformável, logo, o asfalto desses corredores estará uma marola no futuro... Corredores de ônibus precisam ser feito com concreto armado para não haver a necessidade de ter que refazer o asfalto toda hora. Já que refizeram o asfalto da r. Duque de Caxias anteriormente e sabiam que íam implantar o corredor ali, por quê já não fizeram direito? #ficaadica
Instalação de sinalização no corredor da r. Duque de Caxias, que já está em funcionamento (detalhe para a poluição visual aqui, ainda bem que agora temos a Lei Cidade Limpa), foto de Luiz Jacobs
Vale lembrar aqui também que táxis com passageiros podem utilizar os corredores e que os motoristas que necessitam fazer conversões à direita também podem acessar o corredor, mas apenas a 20m da esquina, só seguir pelos olhos-de-gato instalados no chão. Os horários de funcionamento são de segunda à sexta-feira, das 7h00 às 19h00, aos sábados das 7h00 às 14h00 e aos domingos e feriados é livre a circulação. Após o horário de funcionamento, é livre também a circulação e o estacionamento de veículos comuns do lado esquerdo das vias.
Mas há realmente um problema aqui que é a carga e descarga dos estabelecimentos comerciais... ou não? Em São Paulo, SP, veículos de carga só podem operar em determinados horários no Centro, ou seja, nada impossível de se aplicar aqui também. Poderiam restringir veículos de carga e descarga aos horários que não funcionam os corredores, das 5h00 às 7h00 ou após às 19h00 até 21h00, por exemplo.
Os corredores de ônibus são tendências em várias cidades do mundo, mas nem é o corredor em si, é a valorização do transporte coletivo em detrimento do transporte individual.
Inúmeras cidades européias adotam o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) como alternativa complementar aos ônibus, que nada mais é que um bonde elétrico. Por ser mais leve e menor ao transportar várias pessoas em ruas estreitas, acaba sendo uma boa opção para cidades com regiões centrais já consolidadas. O planejamento de Londrina feito pelos ingleses, lá no começo do século, previa uma cidade para 80 mil habitantes, logo, estipulou que as ruas fossem diminuídas - até mesmo porque naquela época nem havia tanto carro como hoje. Assim, as ruas centrais são estreitas e os ônibus são grandes e pesados, quem sabe utilizar uma alternativa como o VLT para as ruas centrais fosse o mais indicado para a cidade?
VLT na Europa, uma boa opção não poluente para áreas consolidadas, com caminhos estabelecidos e velocidades controladas, foto de autor desconhecido
Há também a questão do monotrilho, que nada mais é que um bonde também e pode ser em cima de um trilho aéreo. Como assim? O monotrilho é meio que um metrô de superfície e pode andar fora do nível da rua, os seus trilhos são instalados em pequenos viadutos, como passarelas. É mais indicado para fazer o transporte de pessoas de zonas diferentes, grandes distâncias.
Monotrilho em cidade americana, ele não precisaria passar por dentro do Centro, mas poderia ligar as zonas da cidade pelos canteiros de importantes avenidas, como a av. Leste-Oeste e a av. 10 de dezembro, foto de autor desconhecido
Os sistemas de transporte são inúmeros, mas o mais importante aqui é aprender a conciliá-los em prol da mobilidade da população pela cidade. Não podemos fazê-los competir entre si, mas que um seja complementar ao outro. Por exemplo, em São Paulo, capital, algumas estações do metrô possuem estacionamento para que a pessoa saia de sua casa de carro, estacione na estação e pegue o metrô para andar grandes distâncias. Outras estações emprestam bicicletas para que você ande pequenas distâncias ao redor daquela estação ou pedale até outra estação.
Tudo isso é uma questão cultural também, dificilmente quem tem carro optará pelo transporte coletivo, mas com melhorias e mudanças nos sistemas de transporte é válido repensarmos os nossos modos de vida em um ambiente urbano.
8 comentários:
Olá, gostaria do e-mail do blog e do contato para sugestão de pauta.
Obrigada
E-mail: carolbrand13@hotmail.com
Acessando o meu perfil, você consegue mandar e-mail para mim.
Clique ali do lado no meu perfil, logo embaixo tem um link "visualizar perfil completo" e lá vc encontra como me mandar e-mail, ok?
Obrigado por acompanhar o blog e vamos ver a sua sugestão! :-D
Gostei da idéia do monotrilho, podia ter um que seguisse mesmo a Leste-Oeste, Dez de Dezembro, Rod. Celso Garcia e Av. Arthur Thomas. Com as seguintes Paradas: Rodoviária, Santos Dumont, Pq Arthur Thomas, Terminal Acapulco, Harry Prochet, Catuaí, UEL, Cambé, Arthur Thomas, Tiradentes, Rio Branco e Terminal Central. 12 estações que facilitariam a vida de muita gente...
A idéia do monotrilho é "otema", mas é viável o custo para os padrões tupiniquins?
Roberto, acho q é válido para os nossos padrões. O problema aqui nem são custos ou saber fazer, mas falta de vontade... Por exemplo, quem iria perder com um monotrilho?
O governo não enxerga a longo prazo e não vê o quão benéfico poderia ser para a cidade e até para o próprio governo com as licitações tanto da obra como de concessões de uso.
isso jah deveria ter sido implantado faz tempo...
uma boa iniciativa do barbosa
isso msm
tem mtos pontos positivos nessa gestão...
Anônimo, eu até ía comentar uma coisa no post, mas "acabei tentando dar uma resumida" (quem acompanha sabe q eu tento ser menos prolixo, mas acabo me empolgando demais)! Hehe...
A coisa q eu ía comentar é q o Cheida implantou corredores de ônibus na r. Pará e em uma outra rua do Centro, q não me lembro agora...
Na época não deu certo, como é óbvio, mas os motivos não sei dizer... Acho q os corredores daquela época não excluíram as vagas de estacionamento, mas são apenas deduções...
Em termos de custos acho totalmente viável, vide Maringá que apesar de menor rebaixou toda a linha do trem com um mega projeto, o problema mesmo é quem vai perder com isso...
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