segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Lei Cidade Limpa: novos esclarecimentos

Recebi um comentário no post "Lei Cidade Limpa... promessa ou fato?" do Assessor Jurídico da CMTU (Cia. Municipal de Trânsito e Urbanização), Fidélis Canguçu, que me convidava para participar de uma das reuniões da Comissão Técnica prevista no caput da Lei e que já vem se reunindo há algum tempo. Nessas reuniões, são analisados os casos omissos, abrangentes ou que possam gerar dúvidas. Assim, esclareço nesse post algumas dúvidas que tirei lá e colocarei alguns outros dados fornecidos.

A reunião foi no IPPUL (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano), dia 17 de novembro, quarta-feira, às 16h00. Nela, estavam presentes representantes do Poder Público e da sociedade civil, representados da seguinte forma:
  • Poder Público: 2 representantes da CMTU, 2 fiscais de rua da CMTU, 1 funcionária do IPPUL e 1 representante da Câmara Municipal;
  • Sociedade Civil: o presidente do Sepex (Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior), 1 representante da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), 1 pessoa representando o CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina) e eu.
Apesar de eu ter aceitado o convite do Canguçu, eu não assinava a pauta da reunião porque não sou membro oficial da Comissão Técnica, estava ali apenas à convite, porém, podia opinar e tirar dúvidas. Assim, consegui entender algumas questões levantadas por mim nos outros posts que já escrevi sobre a Lei Cidade Limpa:
  • imóveis até 10m de testada, podem ter até 1,5m² de letreiro; imóveis de 10 a 100m de testada, podem ter até 15% da testada para letreiro; imóveis com mais de 100m de testada, podem ter 15% da testada para letreiro, porém, limitado a 20m², devendo a partir daí ser subdividido.
Testada é a linha limítrofe entre o lote e o passeio público, vulgo, a calçada. O texto da Lei está, na minha opinião, mal escrito e não deixava claro sobre os imóveis superiores a 100m de testada e nem sobre o que representavam esses 15%. Assim, seguindo um exemplo: se há um imóvel com 200m de testada, ele pode ter até 30m² de letreiro, porém, limitados a 20m²... então, poderá ter 2 letreiros com 15m² cada um ou 1 letreiro com 20m² e outro com 10m². Mas, a Lei também não fala sobre o espaçamento desses letreiros na fachada do imóvel... assim, os funcionários necessitam fazer esses entendimentos baseados no que o texto diz em outros pontos, então, o espaçamento será de 110m, como são com os outdoors.
  • construções obedecem as mesmas regras do item anterior.
Ou seja, as placas anunciando a construção de um empreendimento no canteiro da obra deverão obedecer todas as medidas conforme a testada do lote. Devendo, assim, conter em apenas uma placa todas as informações que a Prefeitura e o CREA já exigem, além das informações adicionais que as construtoras costumam colocar, como o cronograma de obra, a imagem do empreendimento, etc...
  • letreiros com letras ou símbolos em alto relevo, deverão ser contados como área toda a superfície presente dentro de um polígono no qual estariam inseridos.
Letras em alto relevo também são conhecidas, popularmente, como "caixa alta" (o que quer dizer nada, afinal, "caixa alta" é o nome técnico para "letra maiúscula"). Assim, se há um comércio em que não possui uma placa ou um backlight com lona estampando a marca do estabelecimento, havendo apenas as letras em metal, madeira ou acrílico, mostrando a parede da fachada ao fundo, deve-se pegar a maior altura pela maior largura e formar um polígono para saber quanto de área está sendo utilizada.
  • nomes e identificações de condomínios não contam como área de letreiro.
Os nomes de edifícios residenciais ou comerciais, ou condomínios horizontais, não entram na área total permitida para aquele empreendimento. Se há uma galeria comercial com 20 lojas e ela possui 100m de testada, ela pode ter até 15m² de letreiros, porém, as 20 lojas terão que dividir esses 15m² entre si e a placa com o nome da galeria comercial não entra nessa conta porque é um condomínio.
  • mobiliário urbano poderá ter propaganda, conforme está previsto no caput da Lei, mas ainda não...
No mesmo texto da Lei, prevê que pode haver propaganda em mobiliário urbano, que são lixeiras, bancos, bancas de revista, pontos de ônibus, indicadores de temperatura/hora, etc... Mas, ao final do texto, ele revoga todas as leis anteriores que regulamentavam a atividade de publicidade externa... assim, a Lei anterior que permitia propaganda em mobiliários e canteiros de avenidas, por exemplo, não existe mais... devendo, a partir da Lei Cidade Limpa, ser criada uma nova lei para regulamentar a atividade prevista pela própria... Confuso?
Por exemplo, a Plaenge terá que retirar todas as propagandas que fez nas lixeiras de concreto que forneceu para a pista de caminhada do Lago Igapó II. A Lei anterior, que permitiu a doação das lixeiras em troca de publicidade para a marca, agora não existe mais e terá que ser retirado a logo da construtora.

Aliás, tooodas as construtoras terão que retirar as suas logomarcas nos topos dos edifícios que construíram na cidade!!! Sim, isso mesmo... sabe aquelas logos que ficam nas caixas d'água lááá em cima dos prédios? Então, terão que ou ser apagadas com a mesma tinta do edifício ou retiradas, pois estão muito acima do limite máximo previsto pela Lei, que é de 5m para estabelecimentos e 12m para propagandas.

Até as logomarcas das construtoras nas caixas d'água no topo dos edifícios terão que se adequar, foto do autor












Um ponto comentado na reunião por um dos fiscais da CMTU foi que mais de 60 empresas já foram multadas desde o dia 2 de agosto, que foi quando a Lei passou a vigorar! As pessoas se esquecem que a Lei aprovada em julho está em vigor desde 2 de agosto, assim, tudo de novidade que surgiu após essa data já deve seguir o novo padrão!!! Apenas o que já existia anterior a Lei é que possui até o dia 2 de fevereiro para se adequar, ou seja, 6 meses.... agora, faltam 2 meses para todo mundo encomendar novos letreiros e recuperar as fachadas, que provavelmente estarão deterioradas quando saírem os enormes backlights.

Outro ponto foi que o assessor da CMTU apresentou uma lista de fornecedores com maçaricos, caminhões-muque e carreteiros para que a partir de 2 de fevereiro, eles comecem a retirar todos os letreiros e propagandas irregulares! Aqui também vale salientar que muitas empresas de outdoors estão ignorando a exigência da Lei de que essas peças devem ser em estrutura metálica... hoje, a grande maioria é em toras de eucalipto! Logo, outro problema no horizonte...
Ah, vale lembrar que a Lei proíbe toda a forma de publicidade externa no quadrilátero central (av. JK, r. Fernando de Noronha, av. Leste-Oeste, r. Acre e r. Chile), mas permite a instalação de engenhos publicitários fora desse quadrilátero, desde que sejam espaçados em um raio de 110m, estejam em terrenos vazios, limpos, murados e com calçada.
O que deu pra sentir nesta reunião é que a Prefeitura irá realmente ter tolerância zero com a implantação da Lei, pois segundo o próprio prefeito Barbosa Neto (PDT), houve muitas concessões durante a passagem do texto pela Câmara Municipal, assim, fará questão de aplicar a Lei piamente. Outra coisa muito lembrada lá pela representante da ACIL e do Sepex, é que muitos empresários duvidam que a Lei pegará... Ou seja, tudo pode acontecer após o dia 2 de fevereiro...

Retomando...

Então, o blog ficou sem novas atualizações nessa semana que passou, conforme todos perceberam, obviamente... Mas, a partir dessa semana que começa hoje terá posts novamente, ok?

Eu estava ocupado resolvendo algumas questões pessoais e profissionais, e acredito que estejam resolvidas ou, pelo menos, encaminhadas... Assim, volto a escrever para vocês e peço a compreensão de todos... afinal, o blog ainda não me fornece uma renda mensal! Hehe...

Mas, brincadeiras à parte, continuem ligados e ajudem a divulgar que o blog está retomando os temas propostos! Leiam e participem dos posts comentando, votando e recomendando!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O CAU foi aprovado!!!

Conforme anunciei no post anterior sobre a votação do CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) na Câmara dos Deputados, que ocorreu no dia 16 de novembro, terça-feira, foi publicado ontem que o Projeto de Lei 4.413/2008, que cria o Conselho para os arquitetos e urbanistas, foi aprovado!

Antes, nos 2 posts que já tratei sobre o assunto aqui no blog, eu chamava a todos para votarem a favor da criação do conselho - separando a Arquitetura e o Urbanismo do sistema CREA/Confea - e assinarem o manifesto contra as emendas que distorciam o princípio uniprofissional do futuro conselho.

Porém, as emendas foram aprovadas também, mas com alguns substitutivos... por exemplo, apenas os pós-graduados em urbanismo anterior à aprovação da Lei podem continuar exercendo a profissão, mas os novos formandos somente com o curso de Arquitetura e Urbanismo regulamentados e registrados no futuro CAU.

Aliás, além dessa tarefa (regulamentar e registrar faculdades aptas a oferecerem o curso de Arquitetura e Urbanismo), o CAU também irá receber automaticamente os profissionais já registrados no sistema CREA/Confea e terá uma anuidade também, que foi definida em R$350,00 (trezentos e cinquenta reais). "Poxa, mais caro do que é hoje?" - acredito que pensaram alguns... MAS, não precisará mais tirar vistos locais para projetar ou executar uma obra em outros estados! Agora, será totalmente livre o trabalho do profissional pelo território nacional, tendo um número de registro único.

Algumas dúvidas ainda pairam no ar... além de não falar quando que começa a atuação do futuro conselho, pois precisam fazer a contratação de funcionários, a locação de espaços, organizar toda a estrutura interna, etc... também não citam como ficarão as fiscalizações de obras, afinal, quem fiscalizará o quê? Até onde que o CREA atua nessa parte? Qual o papel do CAU nas obras?

Haverá também a substituição da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica (ver post "Denúncia! Não confunda RT e ART!"), que agora se chamará RRT - Registro de Responsabilidade Técnica. Terá as mesmas funções da ART, mas será apenas para os profissionais de Arquitetura e Urbanismo.

O futuro Conselho trará novos rumos? Atenderá todos os anseios da profissão?




Enfim... uma grande conquista da minha profissão, que é uma luta desde a década de 40-50 e finalmente teve um desfecho! A sociedade também ganha com isso porque terá mais um conselho para servi-la e assegurar os seus direitos!

Apesar das dúvidas ainda, acredito que tudo foi bem pensado (até mesmo pelo tempo que se discute isso, né?) e junto com muitos colegas, estou otimista quanto ao que vem por aí porque a profissão de Arquitetura e Urbanismo vem sendo desvalorizada e desrespeitada há décadas dentro do sistema CREA/Confea e, agora, finalmente poderemos ter voz e regulamentar adequadamente a nossa atividade.

Colaborou Márcio Inada.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Importante! Votação do CAU!

Para quem acompanha o blog desde o início, já deve saber que sou favorável a criação do CAU, que é o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, desvinculando a minha profissão do sistema CREA/Confea, que nada faz por nós e só nos desvaloriza... Mas, para quem não acompanhava, eu explico de novo!

Assim, conforme eu tinha adiantado no post "Importante! Emenda distorce o CAU!", as sociedades civis organizadas de classe, representadas pelo Colégio Brasileiro de Arquitetos e Urbanistas (CBA), estão novamente fazendo campanha para que os profissionais e até mesmo as pessoas em geral (afinal, o conselho é também pra defender a sociedade de maus profissionais) assinem o manifesto a favor da unicidade profissional que pretendem com o CAU.
É que havia uma emenda que distorcia isso... colocava no mesmo patamar de urbanistas pessoas que faziam pós-graduações na área... o que é um tremendo ABSURDO! Mas, o meu manifesto sobre isso já está no post que citei anteriormente, então, é válido pra quem tiver interesse em participar que dê uma lida nele, por favor.
Projeto de Lei 4.413/2008, que cria o CAU, vai para a votação da Câmara dos Deputados amanhã, dia 16 de novembro. O projeto já passou por unanimidade pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) e pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara. Agora, está passando pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), onde foi que o dep. federal Mauricio Rands (PT-Pernambuco) colocou a emenda que eu citei no parágrafo anterior. E aqui também surgiu outra emenda do dep. federal Bonifácio de Andrada (PSDB-Minas Gerais).
Lembrando que essas emendas passarão por votação amanhã! Elas ainda não são definitivas!
O CBA destaca que as 2 emendas distorcem o princípio de unicidade profissional, na qual é o embasamento principal para a criação do conselho uniprofissional, sendo o maior motivo que fez a Arquitetura e Urbanismo querer sair do sistema CREA/Confea!!! Assim, o Colégio de Arquitetos e Urbanistas pede que todos os profissionais e a sociedade façam uma mobilização para que assinem o manifesto contrário a essas emendas e que reforcem o apelo para os deputados votarem com celeridade e de acordo com o objetivo do CAU!

Clicando nesse link, vocês podem assinar o manifesto, ler a carta do CBA repudiando as emendas e a carta do Arquiteto Oscar Niemeyer convocando todos os profissionais e lembrando a luta que é a criação do CAU, que vem desde a década de 40-50...

Assim, todos estarão fazendo uma escolha bem informada e consciente da importância desse conselho para os profissionais de Arquitetura e Urbanismo e também para a sociedade! Afinal, como eu disse anteriormente, todos podem assinar, pois a criação de um conselho uniprofissional ajuda a evitarmos abusos de profissionais e a regulamentar melhor a profissão para que a sociedade possa também cobrar mais e saber de quem é a responsabilidade por determinadas ações.

domingo, 14 de novembro de 2010

Você sabia? (Catuaí Shopping)

O 11º post desta seção falará sobre o Catuaí Shopping, que comemora neste mês o seu 20º aniversário na cidade. Responsável por movimentar o comércio londrinense e alavancar o crescimento da Região Sul de Londrina, é o maior centro de compras planejado do Sul do país!

Como assim? É que o Catuaí possui quase 82.000 m² de ABL. O quê é ABL? É Área Bruta Locável, corresponde ao quanto de área é disponível apenas para a locação de lojas. No total, o shopping tem mais de 134.000 m² de área construída e conta com mais de 300 lojas, divididas entre lojas âncoras, lojas semi-âncoras, lojas satélites, restaurantes, fast food's e serviços. Além também de 1 hipermercado, 7 salas de cinema, 1 parque de diversões, 1 boliche, 2 praças de alimentação e mais de 2500 vagas de estacionamento fixas (é que tem shopping que divulga a quantidade rotativa, que calcula quantos carros podem passar por determinada vaga durante o dia, considerando o tempo médio de permanência de um cliente no estabelecimento, o que faria aumentar a capacidade de estacionamento).
* Conceituando... lojas âncoras são grandes lojas capazes de atrair muitas pessoas, vendem inúmeros produtos e conseguem atender a todos os tipos de público (homens, mulheres, jovens, adultos, classe média, classe alta, etc...), como Lojas Americanas, Riachuelo, Renner, Telhanorte, Pernambucanas... - lojas semi-âncoras também são lojas grandes em área e que atraem muitas pessoas, porém são mais específicas na venda de produtos, logo, atingem alguns tipos de público (por exemplo: homens e mulheres que lêem, produtos para casa, eletrônicos, etc...), como Camicado, Centauro, Livrarias Curitiba... - lojas satélites são as lojas normais, que ficam ao redor das âncoras e semi-âncoras, e em conjunto atraem todo o tipo de público vendendo todo o tipo de produto, porém com atividades independentes, como Forum, Arezzo, Bergerson, World Tennis, aqui também podemos incluir os quiosques que ficam nos corredores... - restaurantes são os que possuem mesas próprias, como H2 Chopp, Burger King, Alpha Point... - fast food's são os restaurantes que utilizam as mesas das praças de alimentação, como Pastel & Mel, Jin-Jin, Mr. Pastel, Restaurante Dá Licença... - e serviços correspondem às atividades prestadoras, logicamente, de serviços, como Correios, Viação Garcia, Banco Real...
Ao longo desses 20 anos, já teve 2 expansões. A primeira foi inaugurada em 2004 e é o Catuaí Casa, aquela ala só com lojas de móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e construção, essa ala possui uma linguagem ainda muito semelhante com a parte original, com piso de granito, clarabóias no formato de pirâmides, etc... Já a segunda expansão é aquela parte com piso branco intercalado com decks de madeira, clarabóias horizontais e mais longitudinais, etc... O shopping enfrentou algumas dificuldades estruturais na cobertura em meados da década de 90, mas logo foram resolvidas com uma imensa operação de reforço nessas estruturas, que agora aguentam ventos de até 150km/h, ou seja, quase 40% superior ao máximo já registrado na cidade.

O projeto original e das expansões é do Arquiteto Carlos Dominguez, de São Paulo, capital. O primeiro projeto de paisagismo foi da Arquiteta Rosa Kliass, umas das mais importantes e respeitadas paisagistas do Brasil, ela é da cidade de São Paulo também, mas pouco do projeto original permaneceu até hoje (infelizmente, isso é algo comum em paisagismo, por causa da idade do projeto também). O projeto de paisagismo da nova praça de alimentação da expansão - chamada também de Boulevard Catuaí - é do Agrônomo Alexandre Furcolin, também da capital paulista.

Atualmente, o Grupo Catuaí está expandido as suas operações. O empresário Alfredo Khouri - dono do Catuaí - está empreendendo uma nova fase para o shopping, é a transformação do nome Catuaí em uma rede, como é a Multiplan e o Iguatemi, por exemplo. Agora, essa semana, irá inaugurar o Catuaí Shopping Maringá e já neste ano começou a construir o Londrina Norte Shopping, na Zona Norte daqui.  Além desses 2, está em fase de aprovação o Catuaí Shopping Cascavel! Todos esses projetos também são de autoria do Arquiteto Carlos Dominguez.

O viaduto da av. Madre Leônia Milito foi feito pelo ex-governador e atual senador Álvaro Dias, era um pedido do shopping e iniciou-se na gestão do saudoso ex-prefeito Wílson Moreira. É que sem o viaduto seria muito complicado e, praticamente, inviável chegar ao Catuaí, portanto, parte fundamental para o sucesso do empreendimento.

Um presente para Londrina nesse aniversário de 20 anos do shopping será a instalação da famosa loja internacional de departamento, Zara, que iniciará suas operações até o final deste mês e as obras estão a 1000km/h!!! O Catuaí também terá outras novidades ao longo deste ano ainda, aguardem!

Sim, antes de inaugurarem era para chamar "Eldorado", depois escolheram
"Catuaí", que era um tipo de café cultivado na região







Antes de começarem a construir, com a cidade ao fundo em 1989...











...20 anos depois, foto de 2009












A fachada de vidro pela entrada principal é o maior ícone do Catuaí...











...ali dentro estava previsto um "piano bar" e anos mais tarde transformou-se na boate Glass Night Club










Sim, o Carrefour foi inaugurado anos mais tarde e antes havia um mini
kartódromo no estacionamento dele...









...repare que a ocupação atrás do Catuaí intensificou-se nos anos 2000











Decoração de natal já estava sendo instalada durante o término das obras, o Catuaí tem tradição na cidade com a chegada do Papai Noel









Praça de eventos, as obras duraram pouco mais de 1 ano e meio











Escadaria de acesso para a "Glass", o shopping foi inaugurado no dia 21 de novembro de 1990











Boulevard Catuaí na 2ª expansão, inaugurada em 2008











Paisagismo e linguagem estética diferenciada na nova praça de alimentação












Fotos de autores desconhecidos.

sábado, 13 de novembro de 2010

Lei Cidade Limpa... promessa ou fato?

A Lei Cidade Limpa foi aprovada no dia 15 de julho deste ano (ver post "Lei Cidade Limpa... sim ou não?"), apesar de seu texto original ser uma cópia descarada do modelo paulistano (desde 2007 está em vigor a Lei Cidade Limpa na cidade de São Paulo, SP), a Lei londrinense, que partiu do prefeito Barbosa Neto (PDT), sofreu inúmeras alterações quando passou pela Câmara de Vereadores. Mas, mesmo assim, possui várias restrições e praticamente todos os comerciantes terão que se adequar.

Inclusive, conforme publicado pelo JL no mês passado e reforçado em várias outras edições seguintes, quem não se adequar será multado, SIM! E a fiscalização começa a partir de fevereiro de 2011, ou seja, toooda a cidade terá pouco mais de 3 meses para adequar as suas placas indicativas e anúncios.
Placas indicativas são as placas das lojas, que ficam penduradas na fachada delas indicando o nome e a atividade do estabelecimento, podem ser totens também. Placas anunciativas são as propagandas externas ao lote no qual está inserida a loja, como os outdoors.
Existem várias questões por trás desse projeto, aliás, a Lei Cidade Limpa é apenas uma questão dentro de um planejamento muito maior, que é a paisagem urbana de uma cidade (ver post "Poluição visual... e a paisagem urbana?"). Mas, enfim...

Agora, após ter lido mais minuciosamente o texto da Lei (na época dos posts, não estava disponível ainda pela internet...), posso dizer que vai ter muito trabalho para a Comissão Técnica, que o próprio caput da Lei criou para analisar os casos mais contraditórios ou específicos. Por exemplo: imóveis até 10m de fachada têm que ter até 1,5m² de letreiro; imóveis de 10 a 100m de fachada podem ter 15% da área de fachada disponível para a instalação do letreiro, desde que não ultrapasse 20m²; e os imóveis com mais de 100m de fachada??? "Bah, não existe imóvel desse tamanho em Londrina!" - Pensariam alguns... Não mesmo? Catuaí Shopping, Royal Plaza Shopping, Armazém da Moda, Com-tour Shopping, Hipermercado Condor, praticamente todos os Super Muffato, a futura Decathlon na av. Madre Leônia Milito, etc...

Ou seja, os principais imóveis que podem causar poluição visual - por causa do seu tamanho descomunal com a tipologia das edificações no entorno imediato - estão desatendidos pela Lei... e aí? Entrei em contato com a Secretaria de Obras (o atual secretário de obras foi um dos articuladores do texto) e passaram para ligar em tal número na CMTU... Liguei e apenas comentaram que será analisado pela Comissão, mas que nada foi pedido ou analisado até agora.

Poluição visual na av. Tiradentes, as multas vão a partir de R$1mil por imóvel, foto de autor desconhecido









 

Outra polêmica para a Comissão será sobre os outdoors... A Lei especifica que dentro do quadrilátero central está proibida toda e qualquer forma de publicidade externa, devendo haver apenas os letreiros indicativos. E fora do quadrilátero poderão existir 2 a cada 110m... MAS, quem fica e quem sai? Fora que agora essas estruturas deverão ser em estrutura metálica e ter no máximo 5m de altura, ou seja, tooodos os outdoors terão que se adequar porque a imensa maioria é com toras de eucalipto.

MAS, a principal questão aqui é... a promessa de tolerância zero do prefeito vai existir mesmo? Sinceramente? Eu quero que aconteça porque o londrinense aprenderá não só a respeitar o espaço que ele vive, mas a aprenderá também a valorizá-lo! Em Sampa, houve um processo muito positivo nesse sentido, onde os paulistanos passaram a valorizar as construções antigas dos calçadões do Centro, a respeitar a paisagem das praças e parques urbanos, começaram a enxergar a sua rua e, assim, a pressionar o Poder Público para outros fins, como a arborização adequada de suas ruas, a reorganização da fiação aérea, o piso das calçadas, etc...

Vamos aguardar os próximos capítulos dessa novela, já que os empresários estão fazendo NA-DA a respeito - tantos os comerciantes, como os de comunicação externa - e não faltaram avisos, pois a ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) fez apelos e campanhas para eles. Resumindo... eu tenho certeza que ninguém terá tempo para se adequar nesses 3 meses e já estou até vendo a confusão que acontecerá porque esta administração já mostrou ser intolerante com outras questões que estão impondo à sociedade, como por exemplo, a reforma do Calçadão (ver post "Calçadão... saudades ou progresso?") e a subtração de vagas no "Jardins" do Centro (ver post "Mudança no trânsito do 'Jardins'..."). Mesmo o texto da Lei ter passado por grande discussão na Câmara de Vereadores, parece que nada adiantou e ninguém está botando fé que ela vingará...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Feira: "Mãos & Arte"

Começou, no dia 5 de novembro, a "Feira Nacional e Internacional de Artesanato - Mãos e Arte" e acontece no Centro de Eventos e Exposições de Londrina (CEEL) até o dia 14 de novembro, domingo.

Aberto das 15 às 22h00, o evento está na sua 3ª edição em Londrina e as anteriores foram um sucesso de público. Tal motivo justifica-se em razão da qualidade e variedade dos produtos ofertados e de alguns cursos e oficinas oferecidos para os participantes. Ah, logicamente, o preço também é um dos atrativos! Enquanto compra-se na cidade a mesma peça em lojas de decorações, lá na feira geralmente é uns 50-70% mais barato.

Neste ano, há a participação de artesãos de 16 estados brasileiros e 28 nacionalidades diferentes, somando em torno de 110 estandes. As atrações internacionais desta edição contam com as peças de cristais da Turquia, os doces portugueses, o estande da Indonésia, bijuterias de cristais Swarovski no estande da Áustria, vidros e cerâmicas da Palestina, panelas da Alemanha, pashminas da Índia, filigranas de prata de Bali, a tenda marroquina, entre tantos países que fizeram sucesso nas primeiras edições. Entre os nacionais estão sabonetes de artesãos curitibanos, o "Empório da Cachaça", de Ribeirão Preto, SP, os Santos de Barro de "Mestre Pixelo", do Espírito Santo, a tribo de índios Pataxós, da Bahia, peças de capim dourado, do Tocantins, o algodão colorido da Paraíba, etc... Há também a participação de artesãos londrinenses e da região.

Para participar dos oito cursos e oficinas ministrados por artesãos renomados, basta fazer a inscrição no local ou um agendamento no dia anterior. Ambos começam entre às 16 e 21h00. São totalmente gratuitos e diários.

A feira é organizada pela Red Produções e conta com o apoio do Governo Federal, da Prefeitura de Londrina - através da Codel (Cia. de Desenvolvimento de Londrina) -, Londrina Convention, RPCTV, JL, Globo Seg, Gol Linhas Aéreas e Portal Londrinatur. A entrada inteira é R$6,00 e meia é R$3,00, crianças até 10 anos completos não pagam. MAS, há ainda o estacionamento que é R$4,00 nas 2 primeiras horas e R$1,00 por hora excedente.

Confira os produtos e valorize o trabalho dos artesãos que estarão lá vendendo diretamente para o consumidor, sem os atravessadores (normalmente, entre o artesão e o consumidor há o papel do "atravessador", que pode ser, por exemplo, um importador e só depois chega ao lojista).

Cerâmicas coloridas de Marajó, no Pará, a data da "Mãos & Arte" é estratégica por causa do Natal
  
Vidros e cristais internacionais novamente presentes, a feira consolida-se no calendário de eventos da cidade











Fotos de autores desconhecidos.

(sic)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ponto de vista de um arquiteto...

Hoje, colocarei outro ponto de vista de um autor externo, o Arquiteto Danilo Matoso Macedo, formado em 1997 e concluiu o seu mestrado em arquitetura no ano de 2002 pela UFMG. Foi premiado em diversos concursos, destacando o "Concurso Attílio Correia Lima de Requalificação do Centro de Goiânia", em 2000, obtendo o 1º lugar, no qual participaram também Alexandre Brasil, André Oliveira e Carlos Alberto Maciel.

Danilo escreve sobre os dilemas da minha profissão, principalmente, a desvalorização profissional e toda a cultura distorcida em cima disso tudo... É bem crítico e expositivo, sendo realista com toda a profissão em todos os cantos do país. O texto é antigo, data de 2003 e foi publicado no site Vitruvius, mas ainda assim é muito atual e não vemos nada no horizonte que possa mudar essa situação, infelizmente...

Mesmo aos que não são arquitetos e urbanistas, é interessante também ler porque muito daqui acredito que também aconteça em outras profissões. Afinal, CLT pra quê, né? Conselhos Regionais, o quê é isso???

Arquitetura é fracasso?

Saiu recentemente na revista Veja (04 jun. 2003): num universo de 17 profissões e de 607 entrevistados, a arquitetura é a profissão mais mal-paga do mercado (salário inicial de R$ 1.700,00 e salário após dez anos de R$ 3.000,00). Nenhum outro profissional ganha tão mal quanto o arquiteto, segundo a pesquisa da revista. Nenhum! Dentre médicos, advogados, biólogos matemáticos, analistas de sistemas, enfermeiros, gente formada em educação física, economistas, geógrafos, engenheiros, jornalistas, licenciados em letras, dentistas, psicólogos e publicitários, todos com dez anos de estrada.

A revista atribui o fracasso da profissão à crise no mercado da construção civil. Mas estranhamente, a profissão de engenheiro vai bem, obrigado. Os decoradores, por outro lado, também têm se destacado...

Não é só uma questão salarial. É muito mais ampla: é uma questão de desvalorização real da profissão, fracasso mesmo. E o fracasso começa de dentro para fora: quantos escritórios de arquitetura assinam a carteira de trabalho dos arquitetos contratados? Pouquíssimos – pelo menos em Belo Horizonte. E pronto: lá vai o arquiteto ignorando olimpicamente mais de um século de conquistas trabalhistas.

E os concursos de anteprojetos de arquitetura, tão esperados, alardeados e justamente festejados em nosso meio? Dos últimos certames nacionais realizados, quantos foram efetivamente construídos? Poucos... Segundo minhas contas não chegam a dez por cento. E os valores dos prêmios? O primeiro prêmio de qualquer projeto deveria corresponder no mínimo ao valor do estudo preliminar da obra, caso ela fosse contratada sem concurso (aproximadamente 1% do valor da obra, por baixo). Mas isso não acontece: via de regra, o valor do primeiro prêmio de um concurso fica em torno de R$ 5.000,00, para um projeto cujo custo de execução beira ou supera um milhão de reais. Se pensarmos que esta mobilização – o concurso – foi a muito custo "conseguida" pelos próprios arquitetos – mal-organizados nos IABs – junto aos proprietários, e que estes quase sempre se reservam ao direito de não construir o projeto vencedor, a situação atual já é de fracasso mesmo: a Veja só confirma o que todo mundo já sabia.

Eu, pessoalmente, atribuo o fracasso da profissão a dois fatores.

O primeiro fator é a deficiência na formação do arquiteto. Valoriza-se em demasia o filósofo-artista em detrimento do técnico, numa área em que o mundo acadêmico é pouco expressivo – ao contrário da sociologia, filosofia etc. Assim, o profissional considerado um bom arquiteto ao sair da universidade é um teorizador ou desenhista de mão cheia, sem área acadêmica que comporte sua produção, ou entidades públicas ou particulares que se interessem por suas divagações teórico-artísticas, significativas apenas no universo fechado da própria arquitetura. Por outro lado, aqueles que se dedicaram às áreas técnicas da arquitetura desde a época mais tenra de sua formação, invariavelmente padecem de um complexo de inferioridade quase doentio em relação ao primeiro grupo, por demais valorizado nas universidades. Este ressentimento pouco colabora para a formação do humanista com a mente aberta para a desejável tarefa de síntese cultural que o ato de construir potencialmente representa, transformando-se numa espécie de engenheiro especializado numa área técnica específica. Cria-se um hiato entre as duas vertentes que vai muito além da simplista oposição entre teoria e prática, e onde nenhum dos lados sai lucrando. Formam-se profissionais invariavelmente frustrados: os primeiros por acharem que seus clientes e atividades que desempenham como profissionais iniciantes não estão à altura de seus dotes artístico-filosóficos – e, de fato, via de regra não estão - ; e os segundos por sentirem-se preteridos em relação aos primeiros numa mídia especializada festiva que valoriza demonstrações ridículas de retórica barata - como o lamentável memorial descritivo de Daniel Libeskind para a reconstrução das torres gêmeas - às soluções simples e corriqueiras de que a profissão trata na maior parte do tempo.

Um segundo fator é a simples falta de lugar social da profissão nos dias atuais e no Brasil: salvo o atendimento da elite e da indústria - de mercados reduzidíssimos - ao arquiteto resta pouca alternativa profissional, já que as instituições públicas rara vez realizam concurso para arquitetos, e quando o fazem, abrem uma ou duas vagas para um órgão com 5000 empregados. Felizmente, com a relativamente recente reformulação da legislação urbana federal, tem-se aberto campo vasto na área de planejamento urbano, ambiental e de levantamento patrimonial. Na maioria das escolas, entretanto, o planejamento urbano é tradicionalmente tratado com tal engajamento político que forçosamente converte-se em disciplina oposta à "frivolidade" do projeto de arquitetura, em lugar de complementarem-se os campos.

Não creio que a solução para este tipo de fracasso esteja nas campanhas de "valorização profissional" promovidas pelos órgãos de classe – que constituem peças publicitárias pedindo pelo amor de Deus que se contratem arquitetos para as obras. Chega a ser ridículo que uma profissão cujos produtos estão tão à mostra – as edificações e espaços habitados – necessite de alguma publicidade adicional. Não. A solução deve passar por algo bem distante disso. Acredito que passe pela reformulação dos desejos, dos anseios do profissional: se, entre o operário e o artista, prevalecesse o artesão, a qualidade média de arquitetura seria melhor; as cidades seriam locais mais agradáveis e o verdadeiro humanista arquiteto faria definitivamente parte de um sistema de produção e planejamento do espaço construído. Humilde mas presente, certamente participaria mais ativamente do meio social em que se insere, com menos fracasso financeiro e mais realização pessoal.

Em seu escritório, o arquiteto já mata um leão por dia para sobreviver










Desprezando mais de um século de conquistas trabalhistas, a maioria dos escritórios de arquitetura contrata profissionais formados sem carteira assinada, submetendo-os freqüentemente ainda a horas-extra de trabalho e a noites viradas









Arquitetos digladiando-se em concursos de prêmios baixos e possibilidade remota de execução

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Jardim Botânico... bucolismo ou utopismo?

O Jardim Botânico de Londrina entra na segunda fase de obras, na qual incluirá novas edificações de pesquisas para os técnicos e recreação para os visitantes. Mas, afinal, o que é um Jardim Botânico? Teoricamente, é um local para pesquisas botânicas (óh!). Porém, como ocupavam grandes áreas verdes e as cidades foram crescendo ao seu redor, eles acabaram tornando-se parques em muitas cidades, como o Rio de Janeiro. Em Curitiba ele é apenas um parque, há um centro de pesquisa bem tímido no local pois a área de mata nativa é minúscula e toda a volta já está ocupada por edifícios.

Há quem diga que o Jardim Botânico daqui é uma obra eleitoreira na tentativa desesperada do ex-governador Roberto Requião tentar recuperar eleitores na cidade (Londrina possui uma elevada taxa de rejeição ao Requião, algo beirando os 70% conforme vimos nas últimas eleições). Vamos aos fatos... O Jardim está feito, ou pelo menos encaminhado, o projeto é muito bonito (conferi a apresentação), porém, está longe demais das pessoas e não há NADA ao redor... Por que tão longe? Presumo que queriam uma área com mata nativa próxima e gratuita, afinal, o terreno foi doado pelo Iapar, que é do governo estadual.

Mas também há outro fato aqui... Londrina está crescendo e já não tem muitas opções de área. Ao norte já está chegando na fronteira, ao oeste já encostou em Cambé faz tempo, ao leste está encostando em Ibiporã, portanto, só restou ir para o sul. Olhando o mapa de Londrina, vemos que o município é muito grande para o sul e o novo Plano Diretor já prevê isso também.

Assim, o Jardim Botânico está estrategicamente locado para impulsionar o crescimento da cidade naquela direção. Os condomínios horizontais fechados atrás do Catuaí Shopping meio que barraram o crescimento de Londrina naquele lado (falha de planejamento urbano... #fail), a cidade precisava de outra alternativa para ir rumo ao sul, mas como? "Oras, vamos fazer um catalisador aqui e uma grande avenida ligando-o, em breve, muitas construtoras e pessoas ficarão interessadas em construir e morar aqui." - provavelmente, este foi um pensamento resumido de algum planejador urbano da Prefeitura (contextualizando... "catalisador" em urbanismo refere-se a algum elemento ou obra que gere potencial de atração de pessoas).

O planejador que teve a idéia de locá-lo lá, podia ter pensado também: "Precisamos de um viaduto..." - é crucial o viaduto da av. Harry Prochet com a PR-445 para que haja sucesso na ocupação daquela região. Ah, depois que cruza a rodovia, a avenida muda de nome, passa a chamar av. dos Expedicionários (por quê? pra quê? só serve pra confundir mesmo...). Mas essa já é outra novela, pois ainda nem acabou a novela do viaduto da av. Ayrton Senna (outra que mudou de nome ao cruzar o lago...).

Escadarias e rampas de acesso, bem construído e acabado até agora...











Edifício da administração logo na entrada, ainda não está aberto ao público, sem banheiros até agora...












Temos um Jardim Botânico e é muito bonito o espaço, porém o governo agora parece estar enrolando a população para começar a segunda fase sob o pretexto de que o espaço não está tendo visitantes suficientes. Oras, não há estrutura pra atender os visitantes adequadamente! O que só irá acontecer após a segunda fase de obras... #fail

Lógico que Londrina possui outras prioridades, mas já que começaram, vamos terminá-lo, NÉ? O título é uma referência ao fato de existir nada lá - bucolismo - e ao fato de se realmente Londrina irá crescer naquela direção - utopismo. Afinal, mesmo esse crescimento direcionado sendo planejado por urbanistas, nem sempre a população ou o mercado imobiliário abraçam essas decisões.

Lá embaixo ainda estão enchendo parte dos lagos e lá no fundo serão as estufas para pesquisas...
Trilhas asfaltadas no meio da mata (sim, é a minha sombra...), aos poucos, as pessoas começam a utilizar o espaço para fins recreativos...










Ponte sobre o riacho canalizado, que abastece os lagos represados e desemboca no canyon com 90m de profundidade logo ao lado, mas não é acessível...










O espaço todo terá anfiteatro ao ar livre, auditório, restaurante, sanitários, sala de exposições, estufas (orquídeas, bromélias e mata atlântica), insetário, arboreto e jardins temáticos (francês, japonês, mexicano, islâmico, azul, prata, vermelho e branco). O projeto arquitetônico e paisagístico é de autoria do escritório do Arquiteto Orlando Busarello, de Curitiba.

Fotos do autor.

domingo, 7 de novembro de 2010

4 meses!

Ontem, dia 6 de novembro, o blog comemorou 4 meses online!

Até o momento, foram 128 posts. Porém, nesse último mês eu não publiquei tanto quanto antes... Apesar de manter a média de 30 textos por mês, em outubro houve muitos com temas políticos e, agora com o final da eleição, voltaremos aos temas principais do blog. Amanhã mesmo sairá um sobre o Jardim Botânico e o quê está por trás de tudo aquilo!

Nesses 4 meses, além dos 128 posts, o blog teve mais de 15 mil acessos, aumentou o número de seguidores, os comentários passaram a ser mais frequentes e as votações idem. Somando todos os textos, foram mais de 70.200 palavras, que preencheriam um caderno universitário de 176 páginas!

Apesar de ter subido quase 4 mil acessos com relação ao 3º mês de vida do blog (ver post "3 meses!"), o crescimento do Janela Londrinense nesse 4º mês manteve-se por causa da ausência de posts em vários dias nessas semanas, além dos temas políticos que não agradam a todos. Mas, como eu tinha dito antes em outros posts,  o "furacão" já passou na minha vida particular e profissional, assim, voltarei a publicar os temas que fizeram o blog aparecer, com textos críticos e analíticos sobre o que acontece no cotidiano da nossa cidade, principalmente, sobre a Arquitetura, o Urbanismo e o Planejamento Urbano, sempre mostrando relações com a história e a cultura local.

Pretendo para este mês fazer algumas reformulações de divulgação e de lay-out, assim, aumentar a participação de vocês nos textos para que o ponto de vista que eu coloco seja aprimorado com as opiniões de todos! Pretendo melhorar a aparência do blog contribuindo para que os textos antigos possam ser mais visitados. Hoje, quem quiser lê-los, basta clicar nos meses da coluna "arquivo" ao lado.

Muito obrigado por continuarem lendo e recomendando!

Vamos, pés-vermelhos, continuar melhorando a nossa Londrina! A opinião e a discussão de todos nós estão sendo observadas e podem contribuir, mesmo que indiretamente, para que algo seja feito e a mudança aconteça!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Londrina... 3ª maior cidade do Sul?

Saiu ontem à noite uma parcial do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que mostra a população total de Londrina. Assim como, todos já devem ter lido na Folha e no JL, ou assistido em t-o-o-o-dos os telejornais da cidade, Londrina está atrás de Joinville, em Santa Catarina, na contagem de população.

Isso significa que não somos mais a 3ª maior do Sul do país, apesar de que ainda não terminaram de contabilizar todos os dados... mas e daí? O quê isso muda para nós, londrinenses? E o quê isso muda para Londrina?
  • Alguns podem dizer que isso baixa a auto-estima da cidade e do londrinense, que passa a vê-la com menos pujança... (tem gente que viaja, né?)
  • Outros dizem que perdemos visibilidade nacional, afinal, o Sul tem 3 estados e Londrina sendo a 3ª maior cidade da região, colocaria a cidade em uma posição superior à Santa Catarina, elevando o status do Paraná... (uns viajam na maionese e outros viajam no complexo de superioridade!)
Enfim... o que REALMENTE muda pra nós isso é que a contagem até o momento coloca a cidade com pouco mais de 490 mil habitantes, ou seja, nem os 500 mil atingimos ainda! Assim, o repasse de verbas da União para o município será menor... A estimativa IBGE de 2009, coloca a cidade com 510 mil habitantes e previa para esse Censo 2010 um aumento para 525 mil!!! Então, não foi divulgado quais regiões ainda faltam ser levantadas, mas é uma diferença razoável entre o real e a estimativa, né... Joinville aparece com pouco mais de 509 mil habitantes até o momento também...

O Paraná também ficou aquém da estimativa, mas já ultrapassamos oficialmente os 10 milhões de habitantes! Curioso é que somente a cidade de São Paulo possui mais habitantes que a gente... No Brasil, Minas Gerais desponta com um aumento significativo, está agora com algo em torno de 20 milhões de habitantes, mas SP continua sendo o estado mais populoso, com quase 41 milhões. O terceiro colocado é o estado do Rio de Janeiro com 15 milhões. O Brasil está até o momento com 180 milhões de habitantes. Lembrando que em todos esses casos ainda falta terminar a contagem também.

Analisando estadualmente, cidades como Foz do Iguaçu e Cascavel não cresceram como previa o instituto... aliás, estão BEM atrás do previsto... Foz do Iguaçu estava estimada em 310 mil e não chegou nem nos 255 mil, já em Cascavel não foi tão errado, mas já mudou a perspectiva de atingir os 300 mil habitantes em 2012... Maringá, ao contrário, superou a estimativa e está com 349 mil até agora! Ah, a nossa capital Curitiba continua sendo a maior do Sul, mas também está muito atrás da estimativa, quase 200 mil a menos!!! Essas estimativas vocês podem conferir no post "Leia! Londrina na Veja!".

Assim, por quê há essa estimativa? Justamente para o IBGE ir atualizando os dados referentes aos levantamentos quantitativos da população para que o governo possa enviar verbas e planejar ações com investimentos nas cidades, regiões, estados...

Centro de Londrina, o planejamento urbano dos últimos anos deixou a desejar ou a cidade que não soube aproveitar as oportunidades, foto de Íris Perfetto








 

Porém, vimos que o instituto precisa urgentemente rever o seu método de levantar essas estimativas porque houve erros gritantes na maioria das cidades paranaenses! Mas, pouco interessa se somos a 3ª ou a 4ª cidade do Sul do país... Quantidade não é qualidade, não é mesmo? Temos que zelar e prezar pelo que temos hoje e, assim, melhorarmos cada vez mais a nossa cidade, preparando-a para o futuro.

Mas, têm os que criticam porque se a cidade não cresceu tanto desde o Censo 2000, significa que não há todo esse interesse por parte das pessoas em morar e viver aqui... Porém, a pujança econômica continua porque temos excelentes índices comerciais e de serviços, como as vendas do comércio, as contratações com carteira de trabalho, os impostos recolhidos, etc... A indústria vem crescendo na cidade, mas ainda não contrata tanto... Mas o curioso é ver como Cambé cresceu! A cidade teve um salto justamente por ser uma cidade dormitório com fácil acesso a Londrina e com terrenos mais baratos.

Vamos aguardar o resultado final do IBGE antes de concluirmos essas breves análises...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eleições 2010: controle da mídia

Finalizando os posts sobre as eleições, achei muito interessante colocar a fala da futura presidente do Brasil em entrevista à TV Bandeirantes ontem. Assim, fica registrado o compromisso público dela com a população e a imprensa livre do país, como este mesmo blog.

Dilma Rousseff (PT) foi perguntada sobre o controle da mídia tão famigerado pela oposição durante a eleição e durante o governo do presidente Lula, que inclusive até a própria TV Bandeirantes foi a única emissora a dar espaço no ar ao fazer uma reportagem inteiramente sobre o projeto enviado ano passado e reenviado no começo deste ano pelo PT ao Congresso Nacional, explicando cada detalhe do que muitos apontaram como a maior afronta contra a democracia desde a ditadura militar. Você pode conferir o vídeo com essa reportagem no post "Eleições 2010: ditadura ou democracia?" e a fala dela na entrevista de ontem, que defende a liberdade de imprensa, segue logo abaixo:
"Temos de distinguir duas coisas: marco regulatório e controle do conteúdo da mídia. O controle social da mídia, se for de conteúdo, é um absurdo. É um acinte à liberdade de imprensa. Não compactuo com isso. Se chegar à minha mesa qualquer tentativa de coibir a imprensa no que se refere à divulgação de ideias, propostas, opiniões, tudo o que for conteúdo, é o que eu falei: o barulho da imprensa é infinitas vezes melhor do que o silêncio das ditaduras. Outra coisa é o marco regulatório. Todo país regulamenta a participação do capital estrangeiro nas suas mídias, por exemplo. Teremos de regular de alguma forma também a interação entre as mídias. Mas temos de ter muito cuidado. Temos de fazer um marco regulatório que permita adaptações ao longo do tempo. Você não pode ter um marco que desconheça a banda larga. Se você vai poder ou não fazer televisão e em que condições. Isso o Brasil vai ter de regular minimamente. Até porque tem casos em que, se não se faz isso, deixa que haja uma concorrência desproporcional entre diferentes organismos."

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eleições 2010: avaliações 2º turno

O Brasil elegeu ontem, dia 31 de outubro, a primeira mulher presidente do país! Dilma Rousseff do PT foi eleita com 56% dos votos válidos, derrotando o seu adversário do PSDB, José Serra, que obteve em torno de 44%.

Dilma sai com a maioria do Congresso Nacional, tanto no Senado, como na Câmara dos Deputados. Porém, essa maioria ainda é relativa porque inclui o PMDB, partido notoriamente conhecido pela sua alta volatilidade. Ou seja, pode ou não apoiá-la, em partes ou ao todo... além de que, novamente, vai querer uma "boquinha" nos ministérios.
O PMDB sempre foi o maior partido do Brasil, mas nunca foi unido 100%. Todas as forças políticas dentro dele não conseguem se entender. Muitos comentaristas e cientistas políticos brincam dizendo que ele é a união de todos os partidos dentro de um só, ou que nem deveriam existir outros partidos, bastasse o PMDB tamanha é a sua pluralidade.
Dilma, ontem, comemorando a vitória com o presidente Lula e o ex-presidente e senador José Sarney, que é do PMDB, foto de Ricardo Stuckert









Voltando... quais serão as prioridades da futura presidente? Ontem, no discurso, disse que vai manter a liberdade de imprensa e lutará para erradicar a pobreza no Brasil. Ótimo! Eu realmente torço para que ela mantenha a palavra!

Ela enfrentará algumas dificuldades, como a imensa dívida pública que está herdando de seu padrinho político, o presidente Lula. Assim, como ela irá escolher a equipe de governo? O que acontecerá? Ninguém sabe pois ela é uma incógnita, afinal, nunca foi eleita pela população para nenhum cargo público, apenas indicada para os cargos comissionados... Hoje, disse que irá abraçar aos partidos da base aliada, mas selecionará políticos com conhecimento técnico e "olhar humano".
Dívida pública é a dívida contraída com os gastos do governo, não os gastos em obras, mas os gastos pessoais, como funcionalismo e despesas de gabinetes, etc... Dívida externa é a dívida contraída de empréstimos feitos ao país por fundos internacionais. Ao contrário do que o PT "arrotava" pra todo mundo ouvir, o Brasil ainda continua com uma dívida externa enorme nunca antes na história desse país! É que diziam que eliminaram a dívida externa, mas não é verdade! O que aconteceu é que os investimentos brasileiros no exterior e os fundos de reserva externos no Brasil, SO+MA+DOS, superam o valor da dívida externa atual. Assim, economicamente falando, se o país resolver dar um calote, há como os investidores recuperarem o dinheiro.
José Serra sai enfraquecido? Acredito que não... afinal, o PSDB saiu como o partido com o maior número de governadores e o próprio Serra, mesmo perdendo a eleição, obteve mais votos do que Geraldo Alckmin na eleição de 2006, quase 6 milhões a mais. O PSDB também venceu em mais estados do que em 2006 e em 2002.
Neste ano, Serra venceu no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Acre, Roraima e Espírito Santo, somando 11 estados. Geraldo Alckmin, em 2006, venceu no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Roraima, somando 7. E, novamente, Serra, em 2002, venceu apenas em Alagoas.

José Serra, ontem, em São Paulo, capital, fazendo o seu discurso de congratulação a nova presidente eleita e agradecendo à militância e aos eleitores, foto de Mariana Oliveira










O PT local (vulgo, o deputado federal André Vargas) já disse que Richa sai enfraquecido porque não conseguiu cumprir a promessa de dar 1 milhão de votos a favor de Serra aqui no Paraná... MAS, foi aqui no Paraná que o Serra obteve as maiores votações nas cidades com mais de 200 mil eleitores, Londrina foi o recorde nacional, Ponta Grossa foi a 3ª colocada, Curitiba em 6º e Maringá ficou em 8º. Logo, demonstra que o nosso futuro governador tem muito apoio nos grandes centros urbanos do estado.

O quê vemos pela frente? Ninguém saberá, mas acredito na real possibilidade de Aécio Neves (PSDB) ser um nome forte para 2014... O PT mesmo vencendo com 12% de diferença, teve dificuldades e Aécio aparece como um candidato forte nessa eleição, pois não só se elegeu tranquilamente como senador, mas também fez o governador Anastasia (que estava em 3º lugar no início da eleição) e ajudou a eleger o colega de Senado, o ex-presidente Itamar Franco (PPS). Porém, ele não conseguiu a vitória de Serra em Minas Gerais...

As novidades dessa eleição foram a Lei da Ficha Limpa e o voto transitório. Porém, como ainda era uma experiência, esperamos que o voto transitório seja mais flexível nas próximas eleições, pois quem não votou no 1º turno, não conseguiu votar também no 2º turno... afinal, como que a pessoa iria saber que haveria um 2º turno e como saberia também que estaria viajando? É bom que se estenda para outras cidades porque nesse ano foi válido só nas capitais. A "Ficha Limpa" veio para ficar mesmo, semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou procedente a impugnação do senador eleito pelo Pará, Jader Barbalho (PMDB), assim, iria assumir o 3º colocado, Paulo Rocha (PT), mas ele também foi considerado impugnado e quem irá assumir é o 4º colocado, Marinor Brito (PSol).

Ah, teve também o sepultamento do título de eleitor em si... O documento (título de ELEITOR) que é necessário para inúmeros outros fins, não tem validade alguma para as ELEIÇÕES!!! Irônico, não? É que o STF também julgou desnecessário a apresentação dele para votar, bastasse um documento com foto...

O quê a eleição presidencial influi para o Paraná? E para Londrina??? Ambos rejeitaram as propostas petistas e apoiaram os tucanos - Paraná com mais de 55% e Londrina com mais de 75%! Assim, acredito que não muda muita coisa... Como assim? O Paraná elegeu 2 senadores da base aliada da futura presidente Dilma e o futuro governador Richa demonstrou ser bastante articulado quando foi prefeito de Curitiba, então, acredito que não enfrentará dificuldades. A própria Dilma também disse que não irá tratar diferentemente os governadores de oposição... até mesmo porque ela não é besta, né? A oposição criou um racha no meio do país!
Subindo o mapa, temos Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Roraima e 2 estados no Nordeste, Alagoas e Rio Grande do Norte, ou seja, uma verdadeira divisão no meio do país.
Resumindo, eu realmente torço para que Dilma faça um ótimo governo para os BRASILEIROS e BRASILEIRAS! Tomara que ela saiba aproveitar a chance e não deixe o partido influenciar demais no governo... Tomara que ela tenha sabedoria do que é ser um estadista, e com outro viés, uma mulher! Parabéns a ambos, Dilma pela conquista e Serra pela luta! E ficam também as minhas congratulações a Marina que saiu, a meu ver, mais fortalecida que qualquer um, pois Serra perdeu e Dilma só pegou carona... Marina foi a única que cresceu por si só!