Todos os moradores do Jardim Quebec, Jardim Araxá, Jardim Dom Bosco, Jardim Presidente, Jardim Shangri-lá e arredores entendem bem do que eu quero tratar neste post de hoje. Lógico, há também as pessoas que utilizam a av. Maringá para trabalhar ou simplesmente passar para outras regiões da cidade. Inclusive, esse é um dos principais problemas da via... Londrina possui muitas conexões leste-oeste e pouquíssimas norte-sul, o que acaba congestionando os principais corredores - av. Higienópolis, av. 10 de dezembro e a mencionada no título deste post.
Somado a isso, temos uma crescente verticalização na Zona Sul da cidade, vulgo, Gleba Palhano. Além, claro, dos condomínios atrás do Catuaí Shopping. Por tratar de áreas com adensamento de uma população de alta e média renda, temos várias unidades habitacionais com veículos automotores, logo, mesmo a baixa densidade dos condomínios horizontais gera muito tráfego viário. E há também a concentração de alguns pólos geradores nessa região, como o já mencionado shopping, as universidades Unopar e Pitágoras, e o Centro de Eventos.
Estudos urbanísticos classificam as grandes cidades em centros e subcentros. Diz que centros são as áreas centrais propriamente ditas das cidades e subcentros são pequenos reflexos do centro principal em áreas afastadas desse núcleo inicial de ocupação. Portanto, a av. Maringá não se classificaria como um subcentro por não estar longe do núcleo inicial, vulgo, o Centro de Londrina. Hoje, a cidade possui apenas 1 subcentro claro e consolidado, que é a av. Saul Elkind na Zona Norte. Há outras experiências, como a av. Arthur Thomas na Zona Oeste, a av. São João na Zona Leste e a av. Madre Leônia Milito na Zona Sul, porém, muito fracas ainda em atender àquelas regiões, tanto em serviços, como em comércio.
Mas por que falei um parágrafo inteiro sobre isso? Juro que tento ser menos prolixo, mas tá difícil... Voltando... Falei sobre isso porque quis entrar no mérito da ocupação comercial da av. Maringá, o que no meu ponto de vista a coloca como um subcentro muito mais consolidado que os outros exemplos já comentados, que ainda estão crescendo pela cidade. Nesta via você encontra todo o tipo de serviço e comércio. Há até uma vocação comercial nela, o que a torna um potencial catalisador de atração, que é o comércio de móveis e decorações. Isso analisando o seu uso durante o dia, porque à noite ela cria outra vida com os bares e restaurantes. Engraçado como acontecem as coisas, a av. Maringá nunca pensou em ter essa vocação gastronômica e de lazer, quem tentou fazer isso em Londrina foi a av. Santos Dumont, o que aconteceu até certo ponto, mas não gerou uma concentração de pessoas satisfatória.
A Prefeitura de Londrina, através do IPPUL, fez um projeto urbanístico para a avenida. Colocou 2 faixas de rodagem em cada sentido, a famosa "duplicação". Como? Eliminou as vagas de estacionamento na rua e as jogou para as calçadas que, por sua vez, foram jogadas para junto das edificações. Porém, essa mudança está a cargo dos proprietários dos lotes, ou seja, está sendo implantada conforme novos imóveis são construídos ou reformados. Por exemplo, reparem que em alguns lotes já estão deste jeito, o estacionamento "espinha-de-peixe" (também conhecido como "45 graus") e a calçada junto ao edifício.
Após a abertura da av. Ayrton Senna, aumentou muito o tráfego de veículos na av. Maringá, e isso faz com que a Prefeitura implante urgentemente o projeto de duplicação na avenida!!! Porém... sempre tem um "porém"! Voltando... PORÉM, os comerciantes são contra a duplicação na avenida porque na ingenuidade deles acreditam que irá deixar a via muito rápida e perderam o movimento em seus estabelecimentos... WTF???
Os comerciantes precisam pensar no seguinte... E o caótico trânsito não afasta as pessoas de lá? A falta de vagas de estacionamento também não? Eles só têm a ganhar com a duplicação! Irá aumentar o número de motoristas que utilizarão a via, que hoje acaba canalizando parte deste tráfego para as ruas vizinhas, como a r. Samuel Moura, r. Cornélio Procópio e r. Rebouças... A via pode ficar mais rápida, mas com certeza atrairá outras pessoas. E o estreito canteiro central (de acordo com o projeto do IPPUL não terá mais que 50cm de largura) poderia abrigar floreiras e deixar a via muito mais bonita, atraindo também mais gente para visitá-la ou apenas passar por ali, o que também melhoraria o aspecto visual da avenida já que os comerciantes arrancaram quase todas as árvores dali, né... #fail
Projeto do IPPUL para a adequação viária da av. Maringá, resistência dos comerciantes, imagem de autor desconhecido
Após a abertura da av. Ayrton Senna, aumentou muito o tráfego de veículos na av. Maringá, e isso faz com que a Prefeitura implante urgentemente o projeto de duplicação na avenida!!! Porém... sempre tem um "porém"! Voltando... PORÉM, os comerciantes são contra a duplicação na avenida porque na ingenuidade deles acreditam que irá deixar a via muito rápida e perderam o movimento em seus estabelecimentos... WTF???
Rotatória da av. Ayrton Senna em primeiro plano com a rotatória da av. Maringá ao fundo, a primeira é a continuação da segunda rumo à Zona Sul
Movimento intenso de veículos nos horários de rush, congestionamentos a toda hora em fila simples, necessidade urgente de duplicação da via
Os comerciantes precisam pensar no seguinte... E o caótico trânsito não afasta as pessoas de lá? A falta de vagas de estacionamento também não? Eles só têm a ganhar com a duplicação! Irá aumentar o número de motoristas que utilizarão a via, que hoje acaba canalizando parte deste tráfego para as ruas vizinhas, como a r. Samuel Moura, r. Cornélio Procópio e r. Rebouças... A via pode ficar mais rápida, mas com certeza atrairá outras pessoas. E o estreito canteiro central (de acordo com o projeto do IPPUL não terá mais que 50cm de largura) poderia abrigar floreiras e deixar a via muito mais bonita, atraindo também mais gente para visitá-la ou apenas passar por ali, o que também melhoraria o aspecto visual da avenida já que os comerciantes arrancaram quase todas as árvores dali, né... #fail
Alguns lotes aprovados após o projeto já fizeram o estacionamento "45 graus" e a calçada junto ao edifício...
...porém, alguns comerciantes insistem em infringir a Lei e rebaixam todo o meio-fio para colocarem estacionamento privativo no recuo frontal, ou seja, eliminando a vaga pública, como neste caso em que foi pintada a rua ilegalmente, sem autorização da CMTU
Ah, e era bom a Prefeitura incluir o recapeamento da av. Maringá o mais rápido possível no orçamento, principalmente, no trecho entre a r. Ibiporã e r. Dom Bosco que já está bem ruim, todo esburacado e remendado - como aumentou o tráfego na via nos últimos tempos a tendência é piorar ainda mais.
Outra coisa interessante também, é que uma vez no governo do Nedson, eles obrigaram todos os comerciantes a levantarem o rebaixo de meio-fio porque quase não tinha mais vaga pública na avenida. Mas como afrouxaram o cerco, novamente apareceram os rebaixos ilegais.
A Prefeitura estipulou para toda a cidade o rebaixo por lote de 5m para avenidas e 3m para ruas, ou seja, tem MUITA gente ilegal lá... E pior ainda, tem gente que tem a pachorra de pintar a vaga pública de preto (para escondê-la) e pintar uma faixa contínua na frente do seu lote de amarelo (lógico que diferente da oficial usada pela CMTU)! Isso é apenas o IPPUL que determina, não é o comerciante! Ah, e em toda cidade acontece isso, não é só ali na av. Maringá... Falta fiscalização... #ficaadica
Fotos do autor.
17 comentários:
parem de duplicar ruas. socorro
Algumas são necessárias... bem ou mal! Porém não é sair duplicando todas que resolverá o problema de trânsito. E nesse caso o problema vai bem além. E uma coisa as pessoas precisam aprender a usar mais as pernas e menos o acelerador.
Sou contra duplicar qualquer rua. O certo é tirar essas hierarquias viárias e investir a grana no transporte público. Parem de comprar carro, essa é a solução!
"Hierarquia viária" é extremamente necessária, até para o transporte coletivo, aliás, ele faz parte desta hierarquia! Pedestre, bicicleta, moto, carro, ônibus, bonde, metrô e trem, todos têm q cooperar em conjunto e não ficarem competindo entre eles, nenhum funciona sem o outro. O carro não é um mal necessário, é parte da solução. O q não pode é só depender do carro, precisa haver esta cooperação entre os sistemas para td funcionar, a "hierarquia viária".
leiam o livro 'It's a sprawl world after all" do Douglas E. Morris, e repensem as opinioes!
Assista uma aula de URBANISMO q fala sobre as utopias urbanísticas e como saber criticá-las ao invés de cair na vangloriação desmedida e sem sentido q elas evocam pela suposta irrealidade de um mundo perfeito... Posso tb ficar citando inúmeros utopismos urbanísticos aqui, como as "cidades jardins", mas não convém ao caso...
fiz urbanismo no mestrado, he
1,5 ano? 2 anos? A gente estudou 5 anos...!
beleza claudia, senta lá.
Já q vc começou com a arrogância, nada melhor do q terminar com ela, né? Parabéns! ;-)
haha. Marcel, nao é arrogancia. é uma questao de fato empirico. nós acabamos de terminar, numa parceria entre a uel, unesp e ufscar um estudo sobre o transito de londrina e a relacao com a forma urbana. qdo for publicado, eu vou te mostrar, daí vc vai entender meu ponto de vista. =*
Ok, e? A discussão aqui é q vc defende apenas o transporte coletivo, ele é parte da solução, não é o todo! Assim como, o transporte individual tb é parte da solução, não deve ser excluído - leia-se pedestres, bicicletas, motos e carros... E...m Sampa mesmo estão tentando conciliá-los, com os bicicletários nas estações de metrô e os estacionamentos de veículos tb no metrô. É necessária a locomoção intra-bairros por transporte individual, não tem cabimento e nem comporta o transporte coletivo nessas vias. A locomoção de grandes distâncias têm q ser feitas por grandes meios de transporte coletivo, como metrô, trem e VLT. Porém, a cidade já está consolidada, o meio de vida idem, logo, temos q enfrentar a realidade sem utopismos. Mostrar cidades européias e americanas do mesmo porte de Londrina como exemplos em locomoção é irreal, tem-se outra realidade. O brasileiro enquanto puder comprar carro, ele vai comprar carro! Não importa o q seja feito! E isso é mundial tb, mesmo em Londres q tem a maior malha metroviária do mundo e o metrô mais antigo, logo, está consolidado no cotidiano deles, ainda assim a Prefeitura recentemente precisou cobrar pedágio no Centro para evitar o tráfego de veículos, e isso foi em um governo do Labour Party. Enfim... Vc foi arrogante, sim! Mas não entrarei nesse mérito...
Favor nao confundir mestrado em Engenharia Urbana com mestrado em Urbanismo !!!
E na Maringá, sim, é necessário a duplicação, mas concordo que ao mesmo tempo se faz necessário melhorar o transporte público.
Vou citar o exemplo de Campinas -... SP. Criou-se um corredor de avenidas em volta do centro com sentido único. São 4 faixas no total, sendo 2 exclusivamente para circulação de ônibus. As faixas excluisvas de ônibus são encostadas no canteiro central (igual a Av. Consolação de Sampa). Dessa forma, ñ temos oniubus circulando no centro. Esse sistema no fim ficou tão bom q muita gente passou a ir ao centro só de ônibus. Mas ainda há aqueles que precisam ir de carro (tem muita gente que precisa do carro para o trabalho). Enfim... não adianta sonhar com uma cidade sem carros... vivamos a realidade por favor. Cidade boa é a aquela que aprende a integrar seus meios de transporte!!!
E de verdade fico feliz que tenha visto esta discussão por aqui... sinal que estamos pensando e nos preocupando. E sem essas rivalidades por favor. Para a construção de boas cidades, urbanistas, engenheiros de tráfego, geógrafos entre outros, precisam trabalhar juntos OK?!
M.I., eu não li sua mensagem inteira e eu não te conheço. Você não sabe as disciplinas que eu fiz, tampouco as que tive na graduação, tsá?
Se vc tivesse lido meu post completo veria q o q eu estou tentando discutir nao é o curso q vc fez ou faz. Mas vou explicar pq chutei no mestrado de Engenharia Urbana de sanca. Lendo os post do marcel deu pra deduzir q vc nao fez a graduaça...o de Arquitetura e Urbanismo. E pra vc estar estudando essas coisas q vc citou no seu artigo.. so o mestrado de Engenharia Urbana de sanca, q por sinal tenho amigos lá. Olha, vc pode ter feito um mestrado onde estudou muitas coisas de Urbanismo.. mas bem, espero que vc nao se considere um urbanista, pq isso só mesmo quem fez a graduaçao de Arquitetura e Urbanismo, "tsá" !
Agora chega desse papo, pq esta perdendo o foco de um tema interessante.
Bom Dia:
Não tenho cursos nem tão pouco Mestrado... tenho apenas vivência em viagens para diversos lugares dentro e fora do país... o que posso afirmar é que este é um assunto complexo, com características regionais/locais... e por diversas vezes vi experiências que deram certo em determinada região e que em outra região foi um fracasso.
Se apenas a duplicação de ruas para avenidas fosse a solução, não precisaríamos ter estudiosos no assunto.
Mesmo cidades próximas como Maringá/PR, com dezenas de avenidas largas e planejadas em todos os sentidos está passando por dificuldades no trânsito por ser a terceira cidade do país na relação carro X população de acordo com o último estudo nacional. Há pouco, implantaram a "onda binária" na cidade que tem resolvido parcialmente o problema... mas ainda há muito a ser feito.
Como também em Campinas/SP, uma cidade que tem se esforçado muito na tentativa de soluções, mas não focando a duplicação como caminho, mas também e principalmente o investimento em transporte público, a conscientização no trânsito e a readequação de fluxo viário e rotas de desvios.
Pessoalmente não acredito que a chamada "Duplicação" da Av. Maringá irá resolver, pois até que isto se concretize, a demanda já terá crescido virtuosamente. Acredito que rotas paralelas transformando ruas em corredores preferenciais para escoar rapidamente o tráfego seja um canal de melhoria rápida e permanente para muitos locais.
No mais finalizo parabenizando algumas das idéias e pensamentos citados por ambos.
Abs.
Anônimo,
A questão é justamente essa, estudiosos no assuntos são essenciais para determinar a necessidade ou não de uma rua/avenida ser duplicada! Sair duplicando tudo por aí q é a irresponsabilidade!
A duplicação da av. Maringá é necessária pelos motivos q eu aprensentei no post... Londrina possui poucos corredores Norte-Sul, a av. Maringá possui um comércio consolidado e específico, e a falta de vagas de estacionamento poderia ser resolvida ou, pelo menos, melhorada.
Porém, como eu e o M.I. lembramos... é necessário criar uma política adequada de transporte coletivo aliada ao transporte individual! Não adianta querer impôr um ao outro, só tornará mais confuso e evitará o sucesso do plano.
Campinas está, hoje, trabalhando no transporte coletivo? Sim! Porém, ela já fez o q podia no transporte individual... Há inúmeras ruas do Centro de lá q já são duplicadas e avenidas idem, inclusive, q suprimiram as vagas de estacionamento em boa parte delas já...
Sobre as rotas paralelas de tráfego na av. Maringá... tentaram criar uma vez no último governo do ex-prefeito cassado e impugnado Belinati. Porém, não deu certo justamente pq as vias ao redor da avenida não são contínuas, os bairros ao redor tiveram uma ocupação desconexa - Jd. Quebec, Jd. Presidente, Jd. Araxá, Jd. Dom Bosco, etc... - as vias aprovadas nestes loteamentos não se conectam na maioria dos casos.
E até mesmo para implantar uma rota de transporte coletivo na av. Maringá, ligando parte da Zona Oeste à Zona Sul da cidade, é extremamente necessária a duplicação justamente pq não há espaço físico para isso hj!
Só complementando... Não estou defendendo unicamente o transporte individual, mas precisamos acabar com a utopia de q o transporte coletivo é a única solução! E não é! Ele faz parte da solução, é necessário conciliar com os carros.
Eu aconselho vc ler outros 2 posts q eu tenho no blog q mostram alguns dos meus pontos de vista sobre o transporte coletivo e sobre o direcionamento do fluxo viário:
"Corredores de ônibus no Centro..."
http://janela-londrinense.blogspot.com/2010/07/corredores-de-onibus-no-centro.html
"Mudança no trânsito do 'Jardins'..."
http://janela-londrinense.blogspot.com/2010/09/mudanca-no-transito-do-jardins.html
Logicamente, são opiniões minhas, mas embasadas em estudos e em experiências vivenciadas por mim e colegas.
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