Em 2008, uma cena deixou os urbanistas da cidade mais animados. Era a retirada dos portões do Bosque Mal. Cândido Rondon, o bosque central. Esta semana, li outra notícia que deixará ainda mais extasiados os urbanistas de plantão: vão retirar todas as grades do bosque já nessa semana!
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) já podou várias árvores para espantar os pombos dali e, agora, irá limpar todo o mato e higienizar o chão das fezes dos pombos, eliminando o mau cheiro. A Secretaria de Obras irá arrumar as calçadas internas, danificadas pelo abandono, e tirar as grades. A novíssima Secretaria de Defesa Social já instalou lá um posto 24h da recém formada Guarda Municipal. Será que estamos vendo o nosso bosque voltar aos seus tempos de glória no passado?
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) já podou várias árvores para espantar os pombos dali e, agora, irá limpar todo o mato e higienizar o chão das fezes dos pombos, eliminando o mau cheiro. A Secretaria de Obras irá arrumar as calçadas internas, danificadas pelo abandono, e tirar as grades. A novíssima Secretaria de Defesa Social já instalou lá um posto 24h da recém formada Guarda Municipal. Será que estamos vendo o nosso bosque voltar aos seus tempos de glória no passado?
Retirada de grades no bosque, foto de Roberto Custódio
As grades não transmitiam segurança, pelo contrário, transformavam o bosque em uma terra de ninguém. As pessoas que passavam na rua viam delinquentes usando drogas e outros pervertidos praticando sexo lá dentro, mesmo que conseguissem chamar a polícia, nada podia ser feito... afinal, eles estavam protegidos pelas grades e até a polícia conseguir entrar, já dariam um jeito de fugir dali.
Falei que os urbanistas iriam gostar da notícia porque estudamos na faculdade vários casos pelo mundo de cidades que gradearam seus parques e praças... e em nada adiantou. Pelo contrário, piorava a situação deles justamente pelo fato de estar gradeado, restringindo o uso e o acesso das pessoas. Alguma semelhança com o nosso bosque? Toda, né... Após o gradeamento do bosque e a mudança do terminal de ônibus que tinha ali dentro, o espaço foi caindo em desuso e até a própria Prefeitura abandonou a área deixando a natureza crescer livremente com o mato alto e as aves dominando tudo. Sim, aves! Não são só pombos os habitantes do bosque, temos também galos e galinhas. A instalação do Zerinho ajudou, mas os pombos atrapalham a permanência das pessoas ali.
Acho que isso é uma luz no fim do túnel que mostra o potencial da cidade em recuperar suas áreas antigas e com tanto valor na memória do londrinense. O bosque merece esse respeito pela importância que ele tem na nossa história. Segundo alguns historiadores, ele era uma área que a CTNP (Cia. de Terras Norte do Paraná) deixou ali no Centro para atrair compradores de lotes, mostrando a fertilidade da "terra roxa", com as suas centenárias perobas e figueiras. Porém, há algumas lendas também... Toda a vegetação do bosque não está lá desde a época de Cabral, como alguns dizem. Fotos antigas do bosque o mostram quase pelado!
Zerinho no meio do bosque, novos tempos... foto de Fábio Barros
Porém, agora a Prefeitura precisa fazer um projeto de revitalização e requalificação do bosque! Tudo isso que foi citado até aqui é apenas o início para recuperarmos o uso e o fácil acesso ao local. Agora, precisamos reivindicar um projeto paisagístico e urbanístico para a área a fim de torná-la valorizada e intensificar a sua utilização junto à população. O bosque corresponde a 2 quadras do Centro, possui muito potencial para se transformar em uma grande área de lazer em plena região central de Londrina. E, por favor, nada de grades!
3 comentários:
Marcel, adorei a notícia!
Eu discordo de ti em um ponto, acho que pior problema do bosque era a pouca manutenção e o mato que o dominou completamente, não as grades... Em São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro temos exemplos de praças e parques cercados, mas que mesmo assim tem um bom uso constante e vitalidade e nenhum aspecto de terra de ninguém.
Acho que o mais importante é uma boa manuntenção, policiamento e podas periódicas realizadas por equipe capaz de diferenciar o que é mato e o que é vegetação a ser mantida (e de que forma), tudo dentro de uma proposta paisagística... Dê uma olhada nos gradis do Largo do Campo Grande em Salvador, foram feitos por um artísta plástico e são bem interessantes e com motivos criativos e não causam tanto contraste como as grades brancas do bosque de Londrina. As calçadas fora do Largo também foram alargadas e isso tb parece ter contribuído para reduzir o impacto dos gradis. Penso que se o mal do "gradeamento" for necessário, que ele seja, pelo menos, bem feito rs!
Ah, sim... a manutenção e a falta de um projeto paisagístico adequado são o principal problema, mas é q as grades contribuíam para aumentar ainda mais esse problema... As grades estavam falhas em vários pontos e não proporcionavam segurança.
Porém, vejo q esses parques nas grandes capitais q têm grades e são bem usados e frequentados possuem algumas diferenças do nosso bosque, principalmente, por possuírem projeto paisagístico e serem maiores q o nosso.
Acho q o bosque possui muito potencial na área q ele tem hj, mas se for colocar grade, q seja algo q nem vc comentou, com calçadas mais largas, com áreas de descanso e lazer dentro dele e ao redor tb! As pessoas q passam pela rua precisam ver o bosque sendo utilizado para se sentirem atraídas a entrar, a conhecer.
Áreas públicas bem cuidadas dão orgulho aos habitantes das cidades, q acabam cuidando mais e recomendando para outras pessoas. Aumentar a auto-estima de uma população é crucial para manter uma cidade bem cuidada! Dizer q não adianta ficar arrumando por causa de vândalos é tampar o Sol com a peneira... É preciso sempre q algo quebrar, ir logo lá e arrumar! Se deixar aquilo quebrado, alguém mais vê e acha q ninguém se importa, logo, não vê mal algum em ver outra pessoa quebrando ou até ela mesma quebrar...
Concordo totalmente!
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